EU VOS ABENÇOO

 16 de fevereiro rezamos juntas para celebrar o nascimento do nosso Fundador para o céu.

Por Lourdes Bonapaz

Reunidas na Capela do Jardim Consolata rezamos juntas para celebrar o nascimento do nosso Fundador para o céu. Foi no domingo à tarde do dia 16 deste que um bom número de irmãs da Consolata das comunidades mais próximas de São Paulo, esteve reunido na alegria e na boa convivência familiar, como nos queria o Fundador. Rezamos por mais de hora, orientadas pela Irmã Melania Lessa, sem ver o tempo passar pois estávamos bem motivadas pelas palavras e testemunhos de vida do próprio Fundador como também da Palavra de Deus. Transcrevo aqui somente algo sobre o ‘coretto”.
O “Coretto”, lugar preferido de oração do “Pai”, nos faz conhecer o seu coração paterno e nos convida ao silêncio na intimidade com Jesus e a mãe Consolata.

20200216_170312O “Coretto”, lugar sagrado de silêncio e solidão, para o Bem-aventurado José Allamano, é um lugar de encontro. Encontro com a Consolata, nossa Mãe terníssima e com Jesus Eucarístico. Neles, se encontrava com todas as pessoas que lhes eram queridas e todo o mundo missionário. O nosso santo Pai não falava muito do que via, escutava e experimentava ali naquele lugar sagrado, porém, foi lá que nasceram palavras-verbos que se tornaram vida: o nascimento de nossa Família Missionária, gestos de acolhida, confiança, bênção, encorajamento, capacidade de descobrir dons, dissolver dúvidas e respostas sábias às necessidades sociais e espirituais do seu tempo. Naquele espaço pequenino e escondido, a sua palavra se tornava silêncio e o silêncio se transformava em palavra e gesto de consolação. “Foi contemplando a Consolata que eu vos idealizei”, assegurava ele.

Padre Giuseppe Gallea, IMC, o primeiro ecônomo geral do Instituto, testemunhou: “A devoção a Jesus Sacramentado foi como o centro de gravitação de sua vida espiritual. Era o modo ordinário com o qual mantinha a mente e o seu coração unido a Deus.... Estudava cada situação de certa importância na presença de Jesus Sacramentado. Ia, por causa disto a um dos “corretti” do Santuário da Consolata de onde era bem visível o Tabernáculo e o quadro da Consolata. Devia frequentar aqueles “coretti” com assiduidade porque quando ia ao Santuário para falar com ele, e não o encontrava no escritório, me dirigia ao porteiro que quase sempre me respondia assim: “Se não está no quarto, está no “coretto”.

Coretto, lugar onde o Pai podia adorar Jesus Eucaristia perto da SS. Virgem: “Mais se permanece, mais se permaneceria: não há tédio quando se conversa com Ele (Cf. IMC, I, 564); “Se os “coretti” do santuário pudessem falar e contar todas as horas ali passadas pelo Servo de Deus em adoração diante de Jesus Sacramentado, desvelar-nos-iam coisas magníficas, de grande emulação que conheceremos somente no céu”. (Testemunho de Sr. Margherita di Maria)

20200216_164431Ali o Allamano vê com clareza a finalidade primeira da nossa Família Missionária: “Deixei de lado qualquer outra atribuição para recordar somente a minha qualidade de pai desta nova Família. Como tal, apresentei todos, em grupo e cada um em particular, à boa Mãe, pedindo-lhe insistentemente, não tanto o crescimento material do Instituto, quanto a graça de fazer crescer em todos vocês a vontade e o compromisso pela santificação, enquanto vocês se dedicam com tanto zelo à conversão dos não cristãos”( Festa da Consolata, Carta N.22); “Eu deverei responder a Deus pelo dever que tenho de oferecer-lhes os meios para a santidade e vocês devem responder pelo modo como utilizam” (Cara, N. 158)

“Coretto”, lugar onde seus filhos e filhas também fazem a experiência da força do Carisma: «Depois de conversar conosco por um tempo, como se não tivesse nada para fazer, nos acompanhava à porta, e depois nos indicava o “Coretto” onde ele costumava rezar, nos enviava para Nossa Senhora e nos dizia: “Ide rezar, a consolata vos espera”. (P. Emilio Oggè IMC – 06/11/1943)

Entrar naquele “Coretto” é, de certo modo, entrar na interioridade do Pai, chegar à nossa fonte e descobrir o nosso DNA. Invade-nos um senso de maravilha, estupor e fazemos também nós a experiência de consolação, motor do ardor missionário.

20200216_171321Domingo, 16 fizemos um pouco, dessa experiência em oração, silêncio contemplativo e finalizamos o dia partilhando um bom lanche na alegria da fraternidade.

Lourdes Bonapaz é Missionária da Consolata em SP