A Missão é dinamica

Comunidades de Irmãs Missionárias da Consolata que trabalham com povos indígenas no Continente Americano tem encontro 'on line' para troca de experiencias.

Por Lina Beatrice Lucas Kessy
Fotos: Arquivo MC

A missão é dinâmica, é o Espirito que dinamiza, que dá vida, a experiência dos Apóstolos confirma isto: “basta pensar como os fatos nos Atos dos Apóstolos acontecem gratuitamente, sem artifícios. É um caso, uma história de homens na qual os discípulos chegam sempre depois do Espírito Santo que age por primeiro. Ele prepara e trabalha os corações. Abala seus planos. É Ele que os acompanha, os guia, os consola dentro de todas as circunstâncias que devem viver. Quando chegam os problemas e as perseguições, o Espírito Santo trabalha ali também, de maneira ainda mais surpreendente, com o seu conforto, o seu consolo. Como acontece depois do primeiro martírio, o de Santo Estêvão” (Sem Ele não podemos fazer nada, Papa Francisco 2019). Assim foi o caminho da Igreja guiada pelo Espirito Santo.

Puerto Leguizamo 6As comunidades das irmãs missionarias da Consolata que acompanham os povos originário no continente Americano: Dourados Mato Grosso do Sul (Brasil) que acompanha as grandes etnias: Guarani, Kaiowà e Terena; Isla de Canãs que se encontra no norte de Argentina na fronteira com Bolívia, a comunidade acompanha o povo Kolla; Vilacaya (Bolívia) acompanha o povo andino Kechwa; a comunidade de Puerto Leguizamo (Colômbia) acompanha os indígenas da cidade e ao longo dos rios Caquetá e Potumayo as etnias são: Kichwa, Huitoto-Murui, Siona, Koreguaje. A comunidade de Puerto Ayacuyo – Venezuela acompanha 13 diversas etnias. A comunidade de Tencua acompanha as etnias: Ye’kwana e Sanema; a comunidade de Normandia - Roraima ((Brasil) acompanha as etnias: macuxi, Uapixanas, Ingaricos e Patamonas. A comunidade de Catrimani - Roraima (Brasil) acompanha a etnia Yanomâmi. A comunidade de Sacaton Arizona (USA) acompanha a etnia Pima.

Nos dias 24,26,28 e 29 de agosto de 2020 as comunidades do Continente americano usufruindo a oportunidade dos meios tecnológicos atuais se conectaram para partilhar as sínteses das reflexões feitas nas comunidades do material enviado, antecedência, com o tema: “Os caminhos da missão na Igreja latino-americana - Visão teológica e práxis desde Medellín até os nossos dias – Querida Amazônia”: seguem as perguntas oferecidas para o aprofundamento: à luz da caminhada da igreja e olhando a situação atual: eclesial, social, cultural, política, econômica, e pandemia que desafios, que perspectivas.

As partilhas expressaram a gratidão a Deus, pela grande caminhada da igreja Latina –América. Percebe-se o continuo crescimento na sua identidade missionaria, um caminho feito entre luzes e sombras, de conflitos e também martírio e compromisso sério. Uma igreja que foi capaz de romper com o tradicionalismo e colonialismo. Uma grande dedicação à escuta de Deus, até a sentir com Ele o grito do povo mais pobre, os excluídos. A pesar do trabalho feito e se está fazendo na igreja, a realidade que se vive hoje é de sofrimentos devido às injustiças, indiferenças, individualismo. A pandemia do COVID 19 atinge os mais pobres.

Como MC nos sentimos em sintonia e em comunhão com a caminhada da igreja Latina Americana. Pela escolha do povo originário, a vivencia do carisma – Consolação se faz presença entre os simples e somos convidadas a resgatar a dignidade humana, principalmente da mulher.

Constatamos grandes desafios entrar na realidade com atitudes de aprender, escutar, humildade, dar e receber e ser flexível. Tudo isto nos convida a um caminho de conversão continua. A inculturação como encarnação, o conhecimento da cultura: usos, costumes, tradições, mitos e espiritualidade. A assunção da cultura: saber nos comunicar com a linguagem do povo e deixar que o povo seja protagonista da inculturação da sua igreja.

Acompanhar o povo na resistência de assumir a própria identidade cultural devido a história vivida, marcada da descriminação.

Cada comunidade tem a sua realidade, o seu contexto, sua caminhada própria, seus sonhos e suas perspectivas. O que importante é deixar que o Espirito nos fale e que seja escutado porque é Ele que anima e dá a vida à missão. O Espírito Santo age como quer, quando e onde quiser. É Ele o protagonista da missão e espera de nós abertura e docilidade.

Lina Beatrice Lucas Kessy, MC, Vice Regional da Região América.