ÁFRICA, SEMPRE ÁFRICA

A África nunca esgota o seu encanto.

Por Inês Regina de Lima

missionarias_consolata_novembro_2017Há uns dois anos, partilhei com vocês, através da revista Missões, a minha alegria de ter sido enviada para Moçambique, após 19 anos de convivência com os irmãos da vizinha Venezuela.

Hoje confirmo que esta alegria é mesmo um dom de Deus pela Vida Missionária. Conhecendo o processo de intercâmbio entre os vários lugares de missão além-fronteiras sempre ouvia dizer que a África nunca esgota o seu encanto, porque foi isso que eu senti e que lá encontrei.

O povo moçambicano é maravilhoso, alegre e acolhedor. As paisagens encantam, as selvas no seu todo permitem entender novos paradigmas... árvores que se alternam nos vários tons de verde, amarelo e marrom, autênticas montanhas de pedras, belíssimos pores de sol. E o que dizer do intenso azul do mar? Enfim, é no meio deste panorama que o povo moçambicano, sempre bem disposto, busca erguer-se dos muitos anos de guerra civil, dos muitos enfrentamentos com grupos de visão política diferente.

Retornar aos antigos centros de missão e recuperar os que foram locais de encontros onde se celebrava a fé cristã é um desafio para os missionários, hoje... Apesar de tudo, esta chama nunca se apagou nas pequenas comunidades; e é bonito ver o trabalho enriquecedor dos “Animadores de Comunidade” que cumprem com sua missão, não só de animar a fé, mas também alimentar a caridade do povo. É verdade que a comunidade dos muçulmanos é ainda representativa; é verdade que muitas outras “denominações religiosas” disputam os adeptos, mas é também verdade que em Moçambique, a fé católica é vivida e manifestada com muita convicção e muita alegria ao ritmo de cantos e danças, tornando as celebrações litúrgicas autênticas festas ao redor da Palavra e da Eucaristia.

E neste ano de 2017 as missionárias da Consolata, celebraram, em setembro, os 90 anos da sua chegada nesta terra de Moçambique. Sem necessidade de pôr na balança, sabemos que as graças e bênçãos superam os sacrifícios enfrentados por muitas boas e generosas irmãs, que deram suas vidas para que outros a tivessem - hoje traduziríamos isto em: fé, educação, saúde, formação humana e espiritual e novas oportunidades para uma melhor qualidade de vida, e vida digna.

Diante disso tudo e muito mais, como não dizer: Obrigada Senhor, Missionário do Pai, pela força que deste e continuas dando aos missionários e missionárias de hoje... E obrigada, também a você leitor por acompanhar o ritmo da missão ao ritmo do seu coração.

Inês Regina de Lima, missionária da Consolata em Moçambique.