Minha missão é agora em Moçambique, precisamente em Maúa, na província de Niassa.
Por Anair Voltolini
Para quem consagrou a vida ao serviço da Missão Evangelizadora, o mês de outubro, já conhecido em muitas partes do mundo como Mês Missionário, tem uma ressonância particular em sua vida.
Como Missionária da Consolata, este mês tem para mim algumas características que tocam o coração. Antes de tudo, é um tempo forte de ação de graças: Vem-me espontâneo agradecer ao Senhor o dom da vocação religiosa missionária e de poder viver e partilhar minha fé e experiência do amor de Deus com outras pessoas e povos de diferentes culturas. O Fundador, Padre Allamano, já nos dizia que deveríamos passar a vida inteira de joelhos agradecendo a vocação que Deus nos deu, que é a mesma de Jesus Cristo. E neste mês, este sentimento, transformado em oração, é muito vivo em mim.
Um segundo aspecto é o estímulo a reavivar o ardor missionário. Há um chamado constante a reascender na própria alma o fogo da missão, o desejo de que todas as pessoas, todos os povos cheguem ao conhecimento de Jesus Cristo e a uma experiência do seu amor salvador e libertador.
Ainda, neste tempo cresce o compromisso de colaboração na formação da comunidade cristã para a consciência de que, ‘todo o batizado é um discípulo missionário de Jesus’. Só assim a Igreja pode mostrar ao mundo a sua identidade e vocação de ser sacramento universal de salvação, testemunha e anunciadora dos valores do Evangelho de Jesus.
Minha missão é agora em Moçambique, precisamente em Maúa, na província de Niassa. Nesta porção de Igreja, o mês de outubro, se revestiu de diversos eventos missionariamente significativos. Sendo outubro também o Mês do Rosário, organizou-se na paróquia a oração diária do terço em grupos de pessoas, preferencialmente de famílias. Sempre que possível, lá vou eu em algum grupo, e com simplicidade e devoção reza-se o terço, sentados em esteiras debaixo das mangueiras ou à sombra das casas. Maria, a Missionária por excelência, está lá acolhendo nossa oração e abençoando os caminhos de fé deste povo.
A Jornada Missionária Mundial – nos viu em grande número reunidos ao redor da Eucaristia para celebrar, além do “Dia das Missões”, outros dois acontecimentos importantes: A Festa Solene de São Lucas Evangelista Padroeiro da Paróquia – cujo dia litúrgico é 18/10 – e a celebração de jubileus.
A jornada missionária e a festa de São Lucas foram uma oportunidade privilegiada para dar graças ao Senhor por anos e vidas doadas inteiramente ao serviço do Reino de Deus. Celebramos 50 anos de Vida Sacerdotal do Pároco, Padre Giuseppe Frizzi, IMC, que está em missão em Moçambique desde 1975, com um trabalho intenso de evangelização em ritmo de inculturação;
60 anos de Vida Consagrada Missionária de Ir. Silveria Casiraghi, MC, há mais de 20 anos de presença em Maúa, em um precioso apostolado de promoção e formação da mulher;
25 anos de Vida Consagrada de Ir. Ermelinda, das Irmãs da Imaculada Conceição, filha desta terra de Maúa;
50 anos de Batismo do sr. Rafael Lagoa, o qual quis comemorar liturgicamente, com festa esta data que considera extremamente significativa na sua vida. Foi uma manifestação singular, o testemunho maravilhoso de vidas que responderam ao convite do Senhor e tornaram-se dom para os outros, ao serviço do Evangelho.
Este mês está sendo vivido também sob o sinal vivo e luminoso da Irmã Irene Stefani, que, nesta terra de Maúa e de Nipepe, manifestou sua presença de ‘Mãe toda misericórdia e Pwiamwene’ (Matriarca). Aqui a Irmã Irene realizou o milagre da água, e diversos outros, que a levou ao reconhecimento da sua santidade e foi proclamada Bem-aventurada, pela Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 31 de outubro, mas neste ano a celebramos, no domingo 27/10 em todas as paróquias da Diocese. A Ir. Irene continua muito presente na vida dos mauenses como intercessora, a quem recorrem nos momentos de dificuldades e sofrimentos.
Nós Irmãs Missionárias da Consolata e toda a Equipe Missionária, estamos doando nossas vidas na missão de evangelização, na caminhada eclesial e social das comunidades cristãs. Afirmo com alegria, que vale a pena direcionar todas as nossas energias, na ação missionária ad gentes.
“Ganhamos plenitude quando derrubamos os muros e o coração se enche de rostos e de nomes” (EG n.274).