Tarde da Misericórdia

Misericordiosos como o Pai (Lc 6.36)

Por Carleta Gerad Longo

Domingo, 29 de maio, 2016! Na Comunidade do Jardim Consolata, V. N. Cachoeirinha, SP as irmãs Missionárias da Consolata realizaram uma tarde inesquecível da Misericórdia, com o tema inspirado no Ano Jubilar da Misericórdia: “Misericordiosos como o Pai”.

DSC03484Esta tarde foi organizada carinhosamente pelas irmãs, Melania Lessa e Maria Conceição da Silva com a participação de mais de 60 pessoas entre a família das irmãs da Consolata e a comunidade eclesial da capela do Jardim Consolata pertencente à paróquia de São Roque. Foi uma tarde de muitas bênçãos e graças.
A acolhida, pela comunidade do jardim Consolata nos fez sentir-se em casa desde o entrar no portão principal até a saída pelo mesmo portão.

Na chegada, recebemos o coração vermelho da misericórdia e cada um tinha a palavra misericórdia, mas escrito em seis diferentes línguas: Nyaatha(Kikuyu), misericórdia(Português, Espanhol e Italiano), mercy(Ingles), misericorde(Frances), Rahamim(Hebraico), Éleos(Grego), isto era também a maneira de dividir pelo crachá, as pessoas para os grupos de reflexão, partilha e oração. O coração misericordioso é o coração missionário que abraça cada povo, língua e nação do mundo inteiro. Parecia-nos uma tarde internacional e intercultural, e o foi na verdade. E mais ainda, ao entrar na sala do encontro fomos acolhidos com muita animação: cantos, gestos, etc. Acolher bem é também evangelizar. Obrigada irmãs porque vocês nos evangelizaram de verdade e com alegria!

Irmã Anair Voltolini Superiora Regional das Irmãs no Brasil deu as boas vindas para todos os participantes e brevemente explicou porque foi pensado este dia. Primeiro, porque estamos no ano Jubilar da Misericórdia. Segundo, dentro do ano da Misericórdia, as Missionárias e os missionários da Consolata têm como padroeira a Bem Aventurada Irene Stefani à qual o povo africano do Kenya deu o sobrenome “Nyaatha” que quer dize mãe toda misericórdia. Irmã Anair concluiu dizendo que todos nós precisamos da misericórdia do nosso Deus que é Pai de todos.

Padre Pietro Plona IMC partilhou conosco em maneira simples e profunda o Evangelho do Bom Samaritano (Lucas 10,30-37). Ele nos conduziu ao contexto histórico desta passagem, a aplicação e vivencia da mesma em nosso dia a dia. Destacou que, tanto o sacerdote como o levita viram o homem caído quase morto; viram, mas passaram adiante pelo outro lado. Mas o samaritano viu e parou, é o próprio Jesus que se aproximou e teve compaixão. Ele tomou conta do homem e o resgatou da morte. É para isto que Jesus veio ao mundo, para nos salvar da morte e dar-nos a vida plena. Sublinhou também que, o caminho que vai de Jerusalém a Jericó, era o único caminho na época, era passagem obrigatória, pelo deserto e um tanto perigosa. Para nós cristãos este caminho é a cruz não temos como fugir dela ou se justificar, é o caminho de Jesus. Neste caminho é importante lembrar que Jesus está viajando conosco nunca estamos sozinhos. Os assaltantes que nos deixam quase mortos nos nossos dias, talvez sejam as doenças, o desemprego, a velhice, os filhos no caminho das drogas e muitas outras situações. A tarefa de casa foi esta: cada pessoa tem que se colocar dentro desta passagem do Evangelho e se identificar com os personagens Bíblicos; o samaritano, o levita, o sacerdote, os assaltantes, o homem caído, deixado quase morto ou o próprio Jesus.

IMG-20160530-WA0007Partimos então para os grupos de Reflexão, partilha e oração. Nos grupos houve o momento de oração proposto para rezarmos com o tema da misericórdia. Cobrimo-nos uns aos outro com o “manto” da misericórdia como símbolo de acolher com misericórdia o outro e rezar uns pelos outros. Estendemos a nossa oração também a todas as situações e pessoas do mundo inteiro que clamam e necessitam da misericórdia do Pai. Refletimos, contemplamos e partilhamos juntos. Este foi um momento sagrado, uma riqueza imensurável!

Como se não bastasse, a partilha se estendeu até a mesa da refeição onde tinha todos os sabores, porque cada pessoa trouxe algo para partilhar. O milagre da partilha aconteceu e ninguém voltou para casa com fome.

Após o trabalho dos grupos, o grande momento do encontro com Jesus eucarístico, o rosto misericordioso do Pai. Todos os grupos se dirigiram para a capela, coroando assim o dia com um momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento. Este momento foi conduzido pelo padre Antônio pároco da Paroquia de São Roque.
Cada grupo entrou na Capela cantando com a vela acesa, o tema do grupo, pois cada um tinha um tema diferente, mas todos relacionados ao mesmo tema central da misericórdia. Traziam também cartazes com as frases que foi o fruto do trabalho e do compromisso assumido pelo grupo. Diante do altar, cada grupo partilhou brevemente o compromisso assumido. Foi um verdadeiro Pentecostes com profundas revelações do Espírito, cantos, aclamações e palmas.

Durante a adoração o padre Antonio fez referência ao Evangelho de João 2, 10. “E disse-lhe todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bastante, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho”. Por isso, deixamos por último a Adoração. Ele é que tem a última palavra, Ele é o vinho novo da alegria. E Nossa Senhora continua a interceder para cada um de nós, nossas famílias e comunidades o dom da alegria e da misericórdia.

Não teria uma coisa melhor a ser feito do que vivenciamos juntos, como Família da Consolata, e com todos os amigos uma tarde de reflexão, oração, partilha e até mesmo respirando o ar da Misericórdia. Com certeza algo novo aconteceu, ou foi transformado em nossas vidas nesta tarde maravilhosa. Voltamos para o nosso quotidiano, comprometidos a ser mais misericordiosos como o nosso Pai é misericordioso.