Ir. Noeli Bueno relata trabalho na Guiné Bissau.
Por Noeli Domingos Bueno *
Cheguei na Guiné Bissau em 2017, para mim uma data inesquecível, pois há muito tempo sonhava de deixar a minha pátria para levar o anúncio do Evangelho além-fronteiras. Este sonho se realizou!
Sou Missionária da Consolata brasileira; passei 17 anos na Amazônia, em Manaus, AM, no Catrimani (aldeia Yanomami), RR e Ananindeua, PA, permanecendo sempre dentro dos limites de minha própria pátria.
Assim que cheguei na Guiné, pude participar de um curso de introdução à língua criola local, que oferecia também cursos extras sobre o caminho histórico da diocese, da política, da religião e da cultura do país que me acolhia. Logo chegou também a notícia de que ia trabalhar na Missão de Empada, onde me encontro até hoje.
Formação
Esta Missão começou a se formar em 1992, sendo que o primeiro grupo de Irmãs que a fundaram foi: Emma Piera Casali, Ana Paula Foletto, Adriana Medina e Hortência Antunes. Estas irmãs enfrentaram com muita coragem os desafios e as dificuldades do início da Missão. Empada está situada ao sul do país, quase em frente ao Oceano Atlântico, um lugar de difícil acesso. O bispo italiano monsenhor Settimio Arturo Ferrazzetta convidou, àquela época, muitas congregações religiosas para que se estabelecessem em Empada para prestar um serviço apostólico, mas infelizmente nenhuma delas aceitou. Monsenhor Ferrazzetta interpelou também a nós, Missionárias da Consolata: as nossas Superioras, depois de uma visita in loco, aceitaram a proposta e assim chegamos à Empada, entusiasmadas por nos encontrarmos em meio aos muçulmanos, numa vila habitada pela etnia biafada, que é cem por cento de religião islâmica. Assim que chegamos, contatamos também outras pessoas, pertencentes a diversos outros grupos étnicos e foi com estes que iniciamos a obra de evangelização.
A nossa Missão encontra-se na região de Quinara, com uma população de cerca de 70.000 habitantes com capital em Buba, distante cerca de 20 km do território de Empada, que conta hoje com cerca de 17.500 habitantes. Apesar da maioria da população desta zona ser muçulmana, a obra desenvolvida pela Missão católica é muito apreciada desde o princípio, tendo oferecido o próprio serviço a todos, sem distinção nenhuma.
