PAPEL DA MULHER NA IGREJA, ESTAR PRESENTE ONDE A VIDA CLAMA

Primeira assembleia eclesial da América Latina e Caribe

Por Maria Inês Vieira Ribeiro

Na véspera do Dia internacional da Eliminação da Violência contra a mulher, – celebrado nesta quinta-feira – a presidente da vida religiosa no Brasil relatou o trabalho da Pastoral da Juventude nesse sentido e o empenho da Vida Religiosa para combater a violência, ainda mais considerando o crescimento do feminicídio no Brasil durante a pandemia. Uma vida religiosa profética, com opção preferencial pelos pobres, que não discute em torno à ordenação das mulheres, e sim a presença feminina nos processos decisórios. Ela afirmou que “a ordenação pode levar a mulher a se encerrar na sacristia”, mostrando sua preocupação com a formação dos futuros sacerdotes. Segundo a religiosa, “as mulheres são mais voltadas para a vida, o papel da mulher na Igreja é estar presente onde a vida mais clama”.

No mesmo campo das mulheres, Yamille denunciou a negação da participação das mulheres em cargos de liderança na Igreja.  Nas paróquias e comunidades, o papel das mulheres é importante, elas são líderes, mas faltam espaços de liderança para as mulheres na Igreja, “nos é negado”, insistiu ela. Este é um desafio iminente que está sendo discutido nesta Assembleia Eclesial, que exige ações concretas para reconhecer as posições de liderança das mulheres na Igreja e a necessidade de espaços seguros para as mulheres vítimas de violência. É por isso que ele pediu para quebrar paradigmas, para poder ter respostas.

Falando de migrantes, o cardeal Ramazzini denunciou as máfias, apelando para uma maior ação dos governos contra elas, porque o sofrimento do povo está em jogo. O bispo de Huehuetenango denunciou o fato de que “em nossos países não são gerados empregos ou eles são mal pagos, a reestruturação da economia é fundamental”, criticando a política de migração do governo mexicano. Ele também denunciou a falta de comprometimento das organizações internacionais, que não demonstram que estão dando respostas aos problemas muito concretos que lhes são colocados e que não levam em conta as necessidades reais das pessoas.

Padre Ferro insistiu na necessidade do compromisso da Igreja com a situação atual, para levar em conta o que está acontecendo nos territórios, os gritos dos pobres, dos jovens, das mulheres, mostrando a necessidade de respostas pastorais concretas. Falando sobre a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), ele mostrou que grandes intuições para a Igreja estão surgindo da periferia. Seu secretário executivo descreveu alguns dos desafios enfrentados pela CEAMA, que quer delinear um plano pastoral como um todo, listando algumas das necessidades urgentes que ela enfrenta. Entre eles está o de promover o cuidado da casa comum e dos povos indígenas que sofrem, como está acontecendo atualmente com os Yanomami no Brasil.Falando na coletiva da imprensa nesta última quarta-feira’.

Maria Inês Ribeiro, mad é Presidente da CRB Nacional