Senti o chamado à vida religiosa Missionária, aos nove anos.
Por Maria Angelina Deretti
Sou irmã Maria Angelina Deretti, nasci em Luis Alves, SC no dia 23 de fevereiro de 1945, filha de Ernesto Deretti e Maria Surdi Deretti.
Aos nove anos de idade senti o chamado à vida religiosa Missionária, quando um Padre Missionário da Consolata de Rio do Oeste,SC veio fazer Animação Vocacional na escola e mostrou um Filme sobre a África. Fui cultivando esse sonho até aos 12 anos quando meu primo, Padre Geraldo Deretti Missionário da Consolata celebrou sua primeira Missa na Capela do Alto Guarani Açu. Nesse dia eu decidi ser Irmã Missionária da Consolata e aos 13 anos, com o apoio de meus pais e irmãos ingressei na Congregação das Irmãs Missionárias da Consolata em Rio do Oeste, SC.
O período da formação religiosa e acadêmica em Santa Catarina e em São Paulo foi muito positivo e tranquilo e foi aí onde eu cresci nos verdadeiros valores e na responsabilidade. Nos inícios da Formação éramos 52 jovens cheias de vida, zelo, ardor missionário. Nada nos assustava. Tudo era para a maior glória de Deus, em vista da Missão Ad Gentes. Reinava entre nós grande espírito de família, de união, de sacrifício, na busca da santidade. A alegria era marcante em nossos semblantes.
Parti pela primeira vez em missão AD GENTES, para Portugal. No início trabalhei no Norte de Portugal na Pastoral paroquial, na Escola Infantil, na Formação de Postulantes e numa Escola cuja direção era comunista. A nossa convivência foi uma experiência muito rica para mim.
Em julho de 86, fui chamada de volta ao Brasil, para a Formação de Postulantes por um período de sete anos em São Paulo e em seguida na formação de Noviças, também em São Paulo.
Durante todos esses anos dediquei também muito tempo à formação de lideranças na Pastoral Paroquial e nas Comunidades de base. O trabalho com as jovens foi um grande desafio, mas de grande enriquecimento pessoal, sobre nosso carisma, espiritualidade, formação humana e convivência fraterna.
Em 2000 integrei a Equipe de Formação do Noviciado Continental em Bogotá – Colômbia. Foi uma experiência muito rica, pois antes de iniciarmos o trabalho formativo visitamos com as jovens todas as realidades aonde as irmãs trabalhavam, junto aos indígenas, aos afros e ao povo sofrido.
Assim foi possível desenvolvermos um trabalho muito intenso de Pastoral e junto às comunidades de base em conjunto com as jovens em formação.
De 2001 a 2004 voltei a trabalhar na Animação Missionária Vocacional desta vez na Itália e Portugal. Foi um tempo muito lindo onde estive em contato com a juventude e famílias em muitas Paróquias e Dioceses. Sempre encontrei um povo aberto, acolhedor e bom. Em todos os lugares onde passei senti-me em casa, em minha Pátria, pois a Pátria da missionária é o mundo.
Desde que retornei a São Paulo em 2004, exerço a Função de Secretária Provincial e acompanho a caminhada formativa e de organização dos Leigos Missionários da Consolata, (LMC) nas diversas comunidades.
Nestes 50 anos na Congregação das Irmãs Missionárias da Consolata, tenho recebido muito e tenho semeado muito também. Por isso, meu coração está cheio de gratidão, amor e entusiasmo pela vida missionária. Agradeço a Deus minha Consagração à causa do Reino. Agradeço meus pais e familiares por terem me apoiado e acompanhado em minha vocação. Agradeço minha Paróquia de Luis Alves por me ter acolhido como membro. Agradeço o Instituto por me ter acolhido na nova família onde sempre me senti filha amada. Sou Missionária, mas não estou sozinha, comigo levo todos os que passaram pela minha vida e missão e os apresento a Jesus em minha oração e missão e juntos formamos a grande força evangelizadora da Igreja.
Ser Missionária da Consolata é assumir o Projeto de Jesus. É a minha identidade, e minha grande paixão; é a minha vida em doação, meu estar com Jesus em primeiro lugar para depois anunciar esta minha paixão pelo Reino. Sinto-me plenamente realizada e feliz em ser Religiosa Missionária da Consolata, em ser presença de consolação em todos os lugares e ambientes aonde vivo e atuo. Sinto que esta é a minha família, me identifico ao Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata que muito amo e nele aposto. Amo esta vida, me dedico a ela com amor e doação e sinto que aqui onde estou é agora minha Missão.
Jesus apostou em mim e eu não tive como negar seu amor, e apostei n’Ele também. Quero que saibam que esta aposta deu muito certo. Se eu fosse chamada hoje, eu seria novamente Irmã Missionária da Consolata.
