Casa José Allamano, em São Miguel serve de apoio às missionárias da Consolata.
Por Myriam Depiné*
As missionárias da Consolata marcam presença em São Miguel Paulista desde a década de 50 do século passado, quando passaram a prestar seu serviço como enfermeiras no então Hospital da Nitro Química. Com visão de futuro, em 1960 compraram um terreno, pois o desejo era ter uma casa para acolher as missionárias que depois de uma vida inteira gasta na Missão, pudessem encontrar um ambiente acolhedor e adequado e serem acompanhadas em suas necessidades. E assim foi. Em 1966 foi construída a Casa José Allamano na Rua Benjamim Capusso, Vila Curuçá Velha. A comunidade, inicialmente pequena, aos poucos foi aumentando com a chegada de novos membros das missões.
Necessidades do povo
Desde o início, como missionárias, foram percebendo as necessidades do povo da Vila, de São Miguel Paulista e da Igreja Local. Uma primeira atividade foi abrir um Ambulatório de Saúde, com uma missionária enfermeira para atender as pessoas carentes, dando-lhes atenção, amor e algum medicamento. Em seguida começaram a visitar as famílias, indo ao encontro dos mais necessitados e com a ajuda de pequenos projetos, colaboravam até com alimentação e ajuda para pequenas reformas. Com o apoio de benfeitores, foi possível a construção de uma creche numa favela vizinha, e de um local para um Grupo de Terceira Idade. Começaram a incentivar as pessoas dos grupos acompanhados por elas, a reivindicarem melhorias no bairro, como linha de ônibus, asfalto de ruas e posto de saúde. Não havendo no bairro água encanada, as irmãs colocaram à disposição da população a água do poço artesiano aberto em sua propriedade. Por vários anos ministraram aulas de Alfabetização de Adultos – antigo MOBRAL, para muitas pessoas, sobretudo rapazes que precisavam desse curso para poder trabalhar. Outra iniciativa foi a de acompanhar os professores de Ensino Religioso nas Escolas Municipais e Estaduais - 22 escolas – inclusive ajudando na elaboração dos conteúdos a serem ministrados por eles.
Campo religioso e Pastoral
As missionárias da Consolata foram muito ativas na Catequese Paroquial, na Liturgia, na Formação de catequistas, na catequese de adultos, no acompanhamento de vocacionados/as. Vários deles hoje são sacerdotes e religiosas. Iniciaram várias CEBs, como a de São José Operário, Nossa Senhora Aparecida, Santo Agostinho, Santíssima Trindade e a do Bem-aventurado José Allamano. Algumas comunidades são acompanhadas por elas até hoje. Não mediram esforços na formação das lideranças. Diante das necessidades da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, assumiram a coordenação da mesma, por dois anos, por falta do sacerdote. Ali iniciaram a Pastoral da Criança e a Juventude Cristã em Marcha (JCM) com os adolescentes. Em diversos Setores Pastorais da Região Episcopal de São Miguel, colaboraram na formação da Consciência Missionária, incentivando a criação do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), e a Infância e Adolescência Missionária (IAM).
