Eis o retrato autêntico da Irmã Missionária da Consolata...viver na fidelidade e na alegria a “missão Ad Gentes” com o dom da vida até o martírio
Por Hedviges Giacomozzi
“Eis o retrato autêntico da Irmã Missionária da Consolata, que na Bem aventurada Leonella Sgorbati encontra os seus traços característicos, para viver na fidelidade e na alegria a “missão Ad Gentes” com o dom da vida até o martírio”.
Assim se expressou o representante do Papa Francisco, Card. Angelo Amato, Prefeito da Congregação para a causa dos Santos, que presidiu a cerimônia, na qual oficializou a beatificação da Ir. Leonella Sgorbati, Missionária da Consolata (MC), na Catedral de Piacenza diocese de origem da Irmã, no dia 26 de maio de 2018. Fato notável é que Ir. Leonella é a primeira a ser proclamada Beata nessa Catedral com a presença de Mons. Gianni Ambrosio, bispo dessa diocese. Presente ainda à celebração estava Mons. Giorgio Bertini, bispo de Djibouti e Administrador Apostólico de Mogadiscio, Somália.
O anúncio da sua beatificação foi acolhido com um fragoroso aplauso por cerca de três mil pessoas e um número significativo de Arcebispos, bispos, sacerdotes, religiosos, sobretudo da Família Consolata e alguns familiares da nossa Beata Leonella.
Várias delegações vindas de outros países participaram ao Ato: Um numeroso grupo do Quênia, onde ela trabalhou até a morte, com o Card. John Njue, Arcebispo de Nairobi, Mons. Anthony Muheria, arcebispo de Nyeri e Mons. Salesius Mugambi, bispo de Meru sacerdotes, religiosas da Consolata e outras Congregações, como também os Leigos Missionários da Consolata, (LMC); delegações e amigos dos vários países onde estão presentes as Missionárias da Consolata. Do Brasil participaram quatro irmãs e seis LMC.Todos os que foram enviados à Cerimônia de beatificação representaram a Família Consolata: IMC, MC e LMC que se alegra e ao mesmo tempo se sente desafiada pelo martírio da irmã Leonella.
Dentro de nós ressoava a palavra do nosso Fundador, Bem aventurado José Allamano dirigido às Irmãs numa de suas Conferências em 20/10/1918, precisamente há 100 anos: “Espero que alguma de vocês, um dia, seja mártir. Na capelinha que se fará na outra casa há um grande vazio. Ali ficaria muito bem uma mártir”.
Em todos os lugares onde trabalham as Missionárias da Consolata, a beatificação da Mártir Leonella foi marcada com Missa solene de Ação de Graças, pelo dom do seu martírio, que testemunha a santidade do Carisma da nossa Congregação.
Aqui no Brasil, esta data 26/05, foi solenizada com Missa presidida por D. Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na Igreja N. S. de Fátima, do Imirim, às 17 horas.
Concelebraram, com o Arcebispo, o Pároco Pe. Dalmir dos Anjos, Pe. Aquiléo Fiorentini, superior Regional dos Missionários IMC, numerosos sacerdotes diocesanos das Paróquias do entorno e muitos. Participaram da solenidade, numerosas Missionárias e Missionários da Consolata, principalmente das comunidades de São Paulo, religiosas de outras Congregações, os LMC e fiéis das comunidades vizinhas.
A Liturgia foi muito viva e bem participada pelos presentes e animada por vários grupos de cantores: da Comunidade do Jd. Consolata, os Teológos IMC e do Colégio Consolata que atuou com sua renomada orquestra, dando um toque de fineza particular à celebração.
A presença e a palavra de D. Odilo, assegurou o apreço e a acolhida da beatificação da Ir. Leonella pela Igreja Particular em São Paulo.
No final da Missa, Ir. Anair Voltolini, superiora das Missionárias da Consolata, agradeceu a presença de D. Odilo, todos os Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, seminaristas, LMC e em especial a presença do Colégio Consolata e sua participação alegre e juvenil. Enfim, Ir. Anair agradeceu todas as pessoas que, de perto ou de longe, vieram participar conosco nesta celebração de ação de graças. Ao mesmo tempo ela convidou a todos a permanecerem na Igreja depois da Missa, para assistir à encenação da “Vida e morte” de Irmã Leonella, preparada com muita dedicação e carinho pelos Professores e alunos do Colégio Consolata.
Com arte e muita fineza nas palavras, nos gestos e nos atos, os alunos representaram todas as fases importantes da vida da nossa mártir, desde sua infância até o momento do seu martírio, na Somália no dia 17 de setembro de 2006.
A assembleia participou com o silêncio e atenção incomum, de olhos fixos em cada uma das cenas que se sucediam com muita naturalidade. Momento de maior emoção evidente em todos, foi quando ouvimos os disparos e vimos os assassinos de arma na mão, atirando primeiro no guarda costas Mohammed Mahhamud que logo tombou no chão e em seguida mais disparos, sete ao todo atingiram Ir. Leonella, que também crivada de balas caiu no chão. 
Foram ambos acudidos imediatamente, mas Mohamed já estava morto. Ir. Leonella, ainda respirava com muita dificuldade. Com respiração ofegante, ainda pronunciou baixinho, mas nitidamente, as palavras: perdoo, perdoo, perdoo. A maioria dos presentes não conteve as lágrimas, enquanto a orquestra do Colégio Consolata tocou o aleluia de Leonard Cohen.
Esta encenação foi a chave de ouro que encerrou a celebração de ação de graças deste dia memorável da beatificação da mártir Leonella Sgorbati, aqui no Brasil.
