Este lugar foi o espaço aberto que me acolheu naquele distante janeiro de 1971 para iniciar a minha caminhada formativa.
Por Lourdes Bonapaz
Pensando no Jubileu de safira do “Morrinho”, que carrega carinhosamente muitas memórias de todas ou quase todas as irmãs Missionárias da Consolata brasileiras e de outros países, pois acolheu e acolhe a Casa de Formação, assim, dei uma volta ao meu passado.
Este lugar foi o espaço aberto que me acolheu naquele distante janeiro de 1971 para iniciar a minha caminhada formativa na realização de um sonho, mais que isto, no comprometimento de minha vida, respondendo sim a Jesus, que me chamava para segui-Lo mais de perto, no Instituto das Irmãs MISSIONÁRIAS DA CONSOLATA.
Lugar que acolheu minhas primeiras lágrimas - saudades da família que lá no Sul deixei, sem muito acreditar que eu conseguiria ficar longe dela; mas também me viu sorrir, pular de alegria por cada passo dado na própria superação.
Lugar que me viu crescer no conhecimento de JESUS e aprofundar o Carisma da Família Consolata e arder de entusiasmo pela Missão além-fronteiras, logo após minha Primeira Profissão Religiosa; viu-me vivendo em comunidade, criando relações fraternas, ensinando os pequenos do Externato São José, fazendo amizades nos arredores do bairro Vila Nova Cachoeirinha, formando Catequistas, abrindo-me para o outro, o diferente, o novo de uma vida missionária por vir.
Morrinho foi para mim lugar de aprendizado, de preparação para vencer barreiras de lugar, língua, cultura e povos. Foi um coração de Mãe que soube olhar com amor e misericórdia para uma filha tímida, mas que sempre procurou conhecer e viver a vontade de Deus acima de qualquer outra coisa.
Morrinho novamente me acolheu quando retornei da Missão Ad Gentes (Libéria) para prestar um tempo de serviço na Formação das jovens desejosas de ser Missionárias da Consolata. Após cinco anos neste serviço, Morrinho me viu saltar de alegria ao ser chamada novamente à missão da Libéria. Feliz, gritei: “desta vez a promessa que era só para cinco anos, foi levada a sério”. Deus nos surpreende sempre se estamos atentas em escutar a sua voz, a sua Palavra no profundo do nosso ser. Certa de estar acolhendo sua vontade em mim, parti com a mesma alegria de sempre, mesmo sabendo que o país ainda continuava em guerra civil.
Sinto-me muito agradecida por ter vivido experiências marcantes em minha vida nesse lugar chamado-Morrinho. Oxalá muitas e muitas outras jovens possam passar por ali na preparação de um futuro feliz, na realização de um ideal de vida como Missionária da Consolata. Parabéns Morrinho!
