Menos de um ano desde a primeira pedra colocada e já tivemos a alegria de participar da Bênção e Inauguração do SANTUÁRIO
Por Lena Vittoria Bisott
Menos de um ano desde a primeira pedra colocada e já tivemos a alegria de participar da Bênção e Inauguração do SANTUÁRIO IRMÃ IRENE STEFANI, proclamada Bem-aventurada, no dia 23 de Maio de 2015.
Uma grande multidão lotou a Igreja da Paróquia de Gikondi, enfeitada de festa: uma parte da nave principal foi reservada para as Irmãs Missionárias da Consolata e outras irmãs, na maioria as Irmãs de Maria Imaculada.
A função iniciou com a Missa Solene introduzida pela procissão em dança dos grupos de “pequenos Missionários”, estudantes da escola “Irmã Irene Girls Secondary School” e o coro da Paróquia em grande número que cantavam e dançavam cantos litúrgicos. Em seguida entram os Seminaristas, os Diáconos e numerosos Sacerdotes seguidos pelo Arcebispo de Nyeri, Mons. Kairu e Mons. Ireri, IMC, Bispo de Isiolo e o Cardeal John Njuee que presidiu a solene Celebração.
O povo todo exultava por essa ocasião tão esperada: se sente uma alegria simples que se expressa nos cantos, danças e orações, pela realização desta que não é simplesmente uma construção da Igreja, modesta na sua forma, mas a expressão de amor profundo a Ela que se deu totalmente para a evangelização e crescimento de um povo que ela sentia ser seu povo e entre eles quer permanecer e ainda anunciar, através de quem hoje se coloca a serviço do Evangelho.
A homilia do Cardeal abrange vários aspectos, mas assume um tom de agradecimento particular às Irmãs Missionárias da Consolata, pelo trabalho paciente de evangelização e promoção da pessoa, especialmente dos mais frágeis e vulneráveis da sociedade.
Mas o Cardeal não pára nisso, o seu olhar vai além, vê a necessidade de alguém, como Irmã Irene, que continue a dar um tom de fé e crescimento cristão, que seja presença de compaixão e misericórdia como ela o foi. Assim, Ele apresenta a proposta de que as Irmãs da Consolata venham para permanecer em Gikondi, uma pequena e significativa presença de espiritualidade missionária entre o povo, com eles e para eles.
Na procissão do ofertório apresentaram ofertas diversificadas, além daquela em dinheiro, como coisas naturais, com generosidade, simplicidade e espontaneidade.
Ao término da Missa, o construtor entregou oficialmente a Chave do Santuário ao Cardeal, entre aplausos da comunidade.
Seguimos então em procissão até o local do Santuário, ao lado da Paróquia, para a bênção e inauguração do novo lugar de culto. A procissão se transformou logo em uma única massa de gente, cada um queria chegar primeiro para estar na frente; para ver melhor, para tirar fotos e estar no lugar que era a “casa de Irene”...
Surpreende-se o fato de que a nova construção se assemelha muito com a casa em que irmã Irene vivia na comunidade das Irmãs Missionárias da Consolata, como se pode ver na foto histórica tirada o dia da morte de nossa irmã, com uma multidão que acorreu incrédula depois da triste noticia.
A nova construção consiste em dois pisos: o piso térreo é uma cripta que não está completamente pronta onde aparece parte dos fundamentos antigos descobertos só antes da Beatificação por indicação de um cristão que era rapazote na época e sempre ia de irmã Irene para alguns serviços. No piso superior está a Capela. Do piso da Capela, diante do altar, se pode ver por uma placa de vidro, a cripta com fotos do Fundador e de Irmã Irene.
Nós, irmãs da Consolata entramos por primeiro; o Cardeal declara que deste momento, esta é casa de Oração, abençoa a construção toda e depois o Altar. E nós irmãs fomos convidadas a colocar as toalhas sobre o altar, as velas e flores.
O Postulador P. Githinii leu uma linda carta onde se congratulava com as Irmãs por esta obra e as convidava a continuar o bom trabalho apostólico seguindo as pegadas de ir. Irene. E enquanto se acompanhava a bênção, olhando ao redor, se podia sentir a intimidade do lugar que lembrará para sempre nossa irmã que hoje é honrada com oração e a quem dedicamos este Santuário.
Quantas coisas nos dizem estas pedras do alicerce antigo, pedras rústicas, sem aparência, mas que no silêncio são testemunhas eloqüentes de uma vida toda gasta nesta casa, que era chamada de “casa da caridade”.
Parece ainda ouvir irmã Irene dizer com firmeza: “Amarei a caridade mais de mim mesma”; parece de vê-la quase correndo, quando alguém a chamava por causa de um doente; mas também sua vida em casa, na comunidade onde era, toda amor e harmonia. Na mesma casa onde, momentos de alegria eram seguidos de momentos difíceis e dolorosos, tão normais na vida missionária.
Quantas pessoas passaram por esta casa para conversar com Ela sobre problemas de todo o tipo: familiares, financeiro, de saúde, educação dos filhos, escolha para a vida... Coroinhas a quem ela ensinava como servir o altar e a Missa, honrar a Jesus no Sacrário, enfim como ser verdadeiramente cristão.
Algo de grande está diante de nossos olhos hoje: A fé infusa da palavra e da vida de Irene, fé que as mulheres não têm medo de deixar transparecer no seu jeito respeitoso e humilde, a ponto, de colocar-se de joelho e caminhar assim, entrando na capela, rezando intensamente, com esperança e certeza de ser escutada.
Como se sente a Sua presença de “Mãe toda misericórdia, Nyaatha, humilde e generosa que nos lembra o Fundador; e seus ensinamentos com sua vida alegre e doada a Deus e ao povo deste pequeno grande Gikondi, terra abençoada e consagrada pela sua vida e amor heróico.
Lena Vittoria Bisott é MC no Quênia/Traduzido por Lourdes Bonapaz MC em SP
