SERVIU ATÉ O FIM

A Irmã Maria Gregória amava o que fazia e era muito, muito competente neste serviço.

Por Lourdes Bonapaz

IRMÃ MARIA GREGORIA TONTINI, natural de Indaial, SC, foi chamada para a casa do Pai dia 18/07/21 no Hospital St. Marcelina de Itaquera, SP onde esteve internada por alguns dias. Apenas transferida do Moçambique para o Brasil ela chegou alegre e feliz, na expectativa das férias, para se encontrar com os seus familiares e amigos. Tinha 79 anos de idade e 57 de Profissão Religiosa.

Irmã Anair Voltolini, que está no Moçambique nos envia seu testemunho escrito sobre nossa querida irmã.
“Falar da Ir. Maria Gregória é falar de uma grande Missionária. Acredito que não conheceu a Irmã Maria Gregória em Maúa, só quem é criança e nasceu nesses últimos anos. Por mais de 20 anos ela trabalhou no meio deste povo como enfermeira, e com grande dedicação. Cada dia, de segunda a sábado, estava lá no pequeno e pobre hospital, no seu consultório, atendendo jovens e adultos, mães e crianças… respondendo a qualquer tipo de doença. Hoje este hospital tem médicos, mas por muitos anos os enfermeiros faziam quase tudo: consultavam, medicavam, acompanhavam o processo de cura. A Irmã Maria Gregória amava o que fazia e era muito, muito competente neste serviço. Mereceu do Pároco, Padre Giuseppe Frizzi, o título de “Grande Gregória”. Assim a chamava com um pouco de humorismo, mas refletia bem a realidade.

thumbnail_IMG-20210609-WA0029Um setor no qual ela dava especial atenção era aquele das mães, sobretudo das mães grávidas. Ela se preocupava muito por aquelas que vinham de longe, das pequenas aldeias, para dar à luz no hospital e não tinham um lugar onde ficar até que não chegasse o momento, o dia de entrar na maternidade. Ela então fez um projeto e com a ajuda de benfeitores mandou construir perto do hospital uma casa para as mães. Assim, elas encontravam um lugar onde se abrigar com segurança antes do parto.

Além do seu trabalho no hospital, a Irmã acompanhava vários postos de saúde nas aldeias do distrito de Maúa. Diversos postos ela mesma procurou que fossem fundados. Acompanhava os enfermeiros nestes pequenos centros, os reunia para ouvi-los e ter conhecimento do andamento do trabalho, das dificuldades que encontravam e para formá-los. Era atenta que não faltassem medicamentos. Estes enfermeiros encontravam nela muito apoio e muita confiança, um porto seguro.

Na comunidade era uma Irmã tranquila, serena, alegre, acolhedora. Ultimamente a Irmã foi aposentada e deixou o seu trabalho no hospital. Percebeu-se que ela já tinha dado tudo de si. Foi como se tivesse parado no tempo. Passava as suas jornadas em casa. Gostava muito de acompanhar as notícias do mundo. Ouvia e informava a comunidade sobre os acontecimentos mais importantes.
Tenho muito que agradecer a Irmã Gregória pela sua presença muito fraterna e amiga na minha vida. Ela me acolheu na minha primeira comunidade de missão em Moçambique com muito carinho e me apoiou na minha inserção no novo ambiente, novo povo e Missão. Vivemos três anos juntas na fraternidade”.

Irmã M. Gregoria viveu praticamente toda sua vida e missão em Moçambique (foram mais de 30 anos), embora tenha servido em nossas comunidades no Brasil antes de sua partida para o Moçambique, África, sempre alegre e serena. Obrigada irmã por sua vida doada a Deus nos irmãos e irmãs.

Lourdes Bonapaz é missionária da Consolata, SP.