Celebrar 60 anos de vida Religiosa/Missionária é para mim, celebrar o amor misericordioso e incondicional de Deus Pai.
Por Virgiliana Moratelli
Celebrar 60 anos de vida Religiosa/Missionária é para mim, celebrar o amor misericordioso e incondicional de Deus Pai, para com a sua criatura; “para comigo”.
Sim, um amor sempre novo, sempre pronto a acolher, a oferecer seu abraço amoroso e seu perdão diante das quedas e fragilidades do caminhar missionário. É sobretudo, celebrar as vitórias, a vivência do Carisma, a consolação recebida e oferecida aos irmãos e irmãs que cruzaram o meu caminho nesses 60 anos de vida e doação.
É a alegria de sentir-me família entre as Missionárias da Consolata em qualquer lugar onde chamada a servir, aqui ou Ad Gentes.
Trabalhei no Moçambique, África por bem 15 anos e lá estaria ainda hoje se não fossem problemas sérios de saúde. No coração sinto cada vez mais forte o apelo de Deus que Chama, Consagra e envia em Missão. Tenho bem viva a lembrança das fortes experiências com os catecúmenos sedentos de Deus e de sua Palavra que não mediam sacrifícios para participar das catequeses e das celebrações. Para mim, a coragem dos catequistas que percorriam distâncias enormes, a pé no meio da mata para ir até a missão buscar a Sagrada Eucaristia, pois o missionário estava proibido de lá ir, era um incentivo muito forte para continuar lá e estar presente no meio daquele povo tão sofrido. Durante os anos da guerra, o ter que abandonar as missões, deixar o povo, o trabalho e tudo para traz, foi muito duro, mas de nada guardo ressentimentos, só gratidão. O bem foi semeado, no tempo certo vai dar frutos. Pela graça de Deus sou o que sou; sua graça em mim não foi em vão, como diz São Paulo Apóstolo.
Hoje, com o coração transbordante de alegria e gratidão a Deus e a todas as pessoas que me ajudaram a chegar até aqui, o meu muito obrigada, e com Maria Consolata canto: “O Senhor fez em mim maravilhas, grande é o seu nome”!
“Anunciarão a minha glória aos povos”. Esta frase foi a mola propulsora que sempre me deu coragem, alegria e entusiasmo em todos os momentos da vida. Hoje, como sempre, sinto-me feliz pela escolha que fiz e posso dizer que vale a pena seguir as pegadas do Mestre Jesus na vida Religiosa e Missionária. Ter coragem de tudo abandonar para, depois ser enviada a Anunciar.
À Mãe Consolata e ao Fundador peço bênção e proteção, para mim e toda a “Família Consolata”, e que muitas jovens ainda hoje, tenham a coragem de fazer a mesma escolha. Porque Deus continua chamando operários para sua Messe.
A vocação missionária é um dom precioso dizia nosso Fundador, Pe. José Allamano.
